EM VÉSPERA DE COPA DO MUNDO, E NO BRASIL, O FUTEBOL BRASILEIRO CAUSA PÂNICO ENTRE CLUBES E VÂNDALOS METIDOS A TORCEDORES.
Se disputar a Série C é ser time grande, o Santa
Cruz supera o Flu e muitos outros clubes, pois já teve na Série D.
Veja as manobras do Fluminense e da CBF para livrar
o time das laranjeiras de
maiores decepções. Se o que aconteceu lhe parecer pouco.
maiores decepções. Se o que aconteceu lhe parecer pouco.
Campeão brasileiro
em 2012, o Fluminense foi rebaixado
para a Série B um ano depois. Muita gente torcia pela queda
tricolor desde 2000, quando o time apareceu no módulo azul da Copa João
Havelange, equivalente à primeira divisão nacional – certamente você já ouviu
aquela história de “pague a Série B”, independente de torcer para o Flu ou não.
Naquela ocasião,
Fluminense e Bahia foram “resgatados” à elite nacional, mesmo sem conquistarem
o acesso na Série B de 1999. O Bahia, é bem verdade, andou penando entre a
segunda e a terceira divisões nacionais desde então, até retornar à Série A. O
Fluminense, porém, desde que voltou à elite, manteve-se na primeira divisão,
escapando da queda em 2009 e conquistando duas vezes o título com méritos (2010
e 2012).
Não se pode
esquecer que, apesar da mágoa (na falta de expressão melhor) de torcedores
rivais, o Fluminense já jogou a Série B em 1998. Depois de escapar da queda em
1996 (ao lado do Bragantino) após uma manobra da CBF, o time das Laranjeiras
não escapou no fim de 1997. Assim, jogou segunda divisão nacional no ano seguinte,
e ainda caiu para a Série C naquele ano. Foi uma temporada que o torcedor
tricolor não apenas prefere esquecer, como espera passar longe de repetir em
2014.
No final da década
de 90, em uma época de muita instabilidade na justiça desportiva, o Fluminense
foi campeão da terceira divisão nacional de 1999 e reiniciou sua escalada.
Antes disso, porém, deu vexame na Série B: derrotas em pleno Maracanã,
sequência sem vitórias e até ameaça de tapetão marcaram a Série B do
Fluminense. E que deixaram uma lição: que o acesso venha logo em campo,
independente se o torcedor esperou ou não pelo pagamento da “dívida” do
Fluminense na segunda divisão nacional.
Em 1998 foi
assim...
A Série B daquele
ano de 1998 contava com 24 times, divididos na primeira fase em quatro grupos
com seis times cada um. Em cada chave, os times se enfrentavam em dois turnos
(ida e volta), somando dez jogos cada. Ao final desta primeira fase, o pior
colocado de cada chave era automaticamente rebaixado para a Série C de 1999,
assim como os dois piores vice-lanternas. Contabilizavam-se assim seis
rebaixados.
O Fluminense
estava no Grupo D, ao lado de ABC (RN), CRB (AL), Joinville (SC), Juventus (SP)
e Paysandu (PA). Mesmo favorito, o time carioca iniciou a competição com um
elenco bastante irregular – destaque para o goleiro Ronaldo (ex-Corinthians),
para o lateral direito Bruno Carvalho e para os atacantes Marco Brito e Magno
Alves – e pareceu subestimar os adversários. Os resultados não demoraram a
aparecer.
Logo na primeira
rodada, em 2 de agosto, o Flu recebeu o ABC no Estádio do Maracanã e perdeu por
3 a 2, em jogo no qual o time potiguar abriu 3 a 0. A torcida chegou confiante
ao estádio, mas os gols de Ivan, Luiz Fernando e Serrinha minaram a empolgação
tricolor – Marco Brito e Roni descontaram depois.
Na rodada
seguinte, o time carioca foi a Osasco (SP) para enfrentar o Juventus e perdeu
de novo, 1 a 0, em jogo marcado pela forte chuva na Grande São Paulo. Ponto, a
equipe das Laranjeiras só foi somar na terceira rodada, ao empatar por 1 a 1
com o Paysandu, no Maracanã. Neste momento, não sem surpresa, o Fluminense já
era lanterna da chave, atrás do Juventus (3 pontos) e do próprio Paysandu (4 pontos).
O cenário não
melhorou nas rodadas seguintes, com outros dois empates: 2 a 2 com o CRB em
Maceió e 2 a 2 com o Joinville no Maracanã – o Flu vencia os catarinenses por 2
a 1, mas Roger cometeu pênalti bobo no segundo tempo e Clóvis converteu. Terminado
o “primeiro turno” da primeira fase, o Fluminense não tinha vencido nenhum
adversário da Série B, e o rebaixamento para a Série C começava a se desenhar
como uma ameaça real.
A expectativa era
de reação no segundo turno para escapar do vexame, e a reação veio: na sexta
rodada, o Fluminense venceu o Joinville fora de casa por 2 a 0 e ganhou fôlego
para continuar sonhando com o acesso. No entanto, um novo empate na sétima
rodada (0 a 0 com o CRB na Rua Bariri) esfriou os ânimos tricolores. Pior: na
oitava rodada, o Fluminense foi ao Estádio Baenão e perdeu para o Paysandu por
2 a 0, com direito a falha da zaga que terminou com gol de Zé Augusto para a
equipe paraense.
A situação passou
a ser desesperadora. Neste momento, o Fluminense passava a depender de uma
combinação de resultados nas últimas duas rodadas para escapar da degola. Na
nona rodada, o time recebeu o também ameaçado Juventus e voltou a vencer: 2 a
0, graças a gols de Branco (que jogou com uma lesão no tornozelo) e Magno Alves
(que aproveitou cruzamento de Roni e fez de cabeça).
Na última rodada,
o Fluminense precisava de um milagre para escapar. Na liderança da chave,
Joinville, ABC e Paysandu disputavam a primeira posição, com 14 pontos cada;
CRB (13 pontos), Fluminense (10) e Juventus (6) vinham atrás. Ao Flu, restava
venceu o ABC em Natal e torcer para o Juventus derrotar o CRB em São Paulo.
Em 6 de outubro de
1998, na Rua Javari, um empate por 0 a 0 selou a queda juventina para a Série C
e a classificação regateana para a segunda fase da Série B. Enquanto isso, no
Estádio Machadão, o Fluminense protagonizava um vexame inédito: empate por 1 a
1 e nova queda. Geraldo abriu o placar para os abecedistas, enquanto Branco
empatou em cobrança de falta – lance polêmico, no qual a bola não teria cruzado
a linha do gol defendido por Sílvio. Sérgio Alves ainda teve a chance de marcar
no fim, mas a zaga tirou a bola em cima da linha.
Ao fim do jogo, o
técnico Sérgio Cosme viu a queda como uma “lição” à administração, enquanto o
presidente David Fischel descartava a participação na Série C de 1999 – nas
palavras do dirigente, era “impossível o Fluminense jogar um campeonato da
terceira divisão”, pela falta de retorno (financeiro) e pela desmotivação da
torcida.
A virada de mesa
esperada por Fischel, porém, não aconteceu. Em 1999, o Fluminense esteve na
Série C. Desta vez, porém, conquistou os resultados no campo e faturou o acesso
para a Série B sem tapetões. “Promovido” para a elite em 2000 para a disputa da
Copa João Havelange, o time “pulou” a segunda divisão, o que sempre gerou
protestos de torcedores de Flamengo, Botafogo e Vasco.
A Série B de 1998
Ao fim da primeira
fase, a Série B daquele classificou 16 times para a segunda fase: Remo (PA),
Desportiva (ES), Londrina (PR), União São João (SP), Botafogo (SP), Santa Cruz
(PE), Criciúma (SC), Vila Nova (GO), XV de Piracicaba (SP), Ceará (CE), Tuna
Luso (PA), Gama (DF), Joinville (SC), ABC (RN), Paysandu (PA) e CRB (AL). Além
do Fluminense, caíram Atlético (GO), Náutico (PE), Volta Redonda (RJ),
Americano (RJ) e Juventus (SP).
Na segunda fase,
os 16 times foram distribuídos em confrontos de mata-mata, nos quais se
classificaram oito equipes para a terceira fase. Desta vez, avançaram Gama,
Desportiva, Criciúma, XV de Piracicaba, Botafogo-SP, Londrina, Joinville e
Paysandu. Os classificados foram então divididos em dois grupos de quatro times
cada, nos quais se enfrentariam em jogos de ida e volta.
Desta vez,
passaram Gama, Desportiva, Botafogo-SP e Londrina. Os quatro foram para o grupo
único da quarta fase, no qual se enfrentaram mais uma vez “todos contra todos”
em ida e volta. Melhor para Gama e Botafogo-SP, respectivamente campeão e vice,
que eliminaram Desportiva e Londrina e alcançaram a Série A de 1999.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTÁRIOS