12/06/2012

SERTÃO DO ARARIPE: ONDE O GESSO VALE MAIS QUE OURO

A região do extremo Oeste pernambucano responde pela produção de 95% do gesso no País, atividade que
movimenta mais de R$ 1 bilhão

Os municípios de Araripina, Ipubi, Ouricuri, Bodocó e Trindade são responsáveis pela maior produção de gesso do Brasil. A região do Araripe, no extremo Oeste de Pernambuco, é detentora de 18% das reservas de gesso nacionais, onde as empresas do Polo Gesseiro fabricam 95% de todo o material produzido no País. Atualmente, o segmento é responsável pela geração de mais de 80 mil empregos diretos e indiretos.

Segundo estimativas, a quantidade do minério bruto explorado por ano na região gira em torno de um bilhão de toneladas, sendo 230 milhões de gipsita, minério de onde se extrai o gesso, em alto grau de pureza. Com isso, é possível produzir até 3,4 milhões de toneladas de gesso por ano, gerando riquezas de até R$ 1,1 bilhão.

É bom lembrar que constitui o polo uma verdadeira cadeia produtiva, não limitada apenas ao setor de mineração. Cerca de 650 empresas articulam-se na região, dinamizando os setores de comercialização e distribuição, construção civil, máquinas e ferramentas, fabricação de embalagens, explosivos, etc.

O setor vive um bom momento, apresentando índices de crescimento nos últimos anos. Em 2009, o polo do Araripe cresceu 15% e a previsão para 2010, segundo Benjamin Paiva Júnior, superintendente do grupo Supergesso, maior indústria do setor no País, é de que o Polo cresça de 20% a 30%.

TECNOLOGIA

Um dos destaques do empreendimento diz respeito à preocupação com o constante desenvolvimento de novas tecnologias e a expansão para mercados estrangeiros. Para se ter uma ideia do aparato tecnológico local, existem empresas capazes de produzir o gesso alfa, de maior resistência e bastante utilizado na fabricação de próteses dentárias. Apenas outras poucas empresas ao redor do planeta possuem tecnologia suficiente para tal.

“O Polo Gesseiro, juntamente com o Instituto de Tecnologia de Pernambuco [Itep], tem desenvolvido produtos novos, com tecnologia de ponta para atender às necessidades do mercado e se lançar no ramo de forma competitiva”, afirma Benjamim, colocando a busca por modernidade como o principal motivo de crescimento do polo, acentuado na última década.

O Brasil tem o Pólo Gesseiro como referência: a importância do segmento para a Nação é imensa, mais ainda para a microrregião em que se situa. “O Polo Gesseiro é o responsável pelo desenvolvimento de uma região do Semi-Árido onde muito pouco é produzido. Hoje, por conta do gesso, ela tem um futuro promissor”, revela o superintendente.

TRANSNORDESTINA

As empresas do Polo Gesseiro do Sertão do Araripe poderão contar com um empreendimento que vai facilitar bastante o escoamento de produtos: a Ferrovia Transnordestina.

Trata-se de um projeto que visa criar uma malha ferroviária de 1.728km, responsável pela ligação dos portos de Suape, em Pernambuco, e Pecém, no Ceará.

A ferrovia, orçada em R$ 5,4 bilhões, também vai cortar os municípios de Araripina e Trindade, o que vai facilitar e baratear o transporte do gesso e de produtos de outros setores, como do Polo de Fruticultura em Petrolina.

O Polo Gesseiro tem intenções de transportar 1,5 milhão de toneladas do produto pela ferrovia, o que vai possibilitar a criação de estoques nos principais mercados

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